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11/09/2008

a música, o desenho a poesia

(vale a pena ler até ao fim embora no princípio não pareça - como a partir de Boileau se chega às imagens elé[c]tricas do amor) Lá, pour nous enchanter tout est mi en usage; Tout prend un corps, une âme, un esprit, un visage. (Boileau, Art Poétique, chant. 3e) A música, o desenho e a poesia são os motores, em geral, do amor, a luz da vida, o alívio da dor; na terra, o Deus do encanto e da alegria. A música, posto que só nos fira melancólica o orgão auditivo, é, em suma, d'amor um sinal vivo, que doce o ouvido faz, a alma delira. O desenho, áureo laço de ventura, é um espelho mágico, fingindo o vivo rosto que prezamos, lindo; é enlevo dos olhos, a pintura. A Poesia, linguagem mais augusta, é o ideal de vividas paixões; eletriza os mais fortes corações e comove até a alma mais robusta... A tinta, que rebrilha na alva tela, a nota, que desfere hábil artista, esta ferindo o ouvido, aquela a vista, não são senão a electro-imagem dela. (Um desmemoriado, Luanda, 1880)